Robin

Uma cantora Haloviana, nascida em Penacony, que alcançou fama cósmica. Uma moça elegante e recatada.
Desta vez, ela foi convidada pela Família para encantar a todos com sua música durante o Festival Carismonia.
Ela pode usar o poder da "Harmonia" para transmitir sua música, manifestando "ressonância" entre todas as formas de vida, não apenas seus fãs.

"Ela descreve sua vida como uma música. O começo dessa música é sombrio e solene.

Quando era apenas uma criança, um Stellaron apareceu em sua cidade natal.
'Luto, lamentação, oração... São esses os primeiros sons em minha memória. Oramos por salvação em canções tristes, mas o olhar dos Deuses nunca veio até nós...'

A cantora, sempre sorridente, fez um raro momento de silêncio.

'Então você diria que essa é a sua inspiração musical?'

'Eu era muito jovem naquela época. Não me lembro da maioria das músicas que cantávamos, mas ainda me lembro de quando o Stellaron começou a devorar o Mundonírico... Minha mãe abraçou a mim e ao meu irmão e tentou usar sua canção para atenuar nossos medos...'

'Você ainda se lembra da canção cantada pela sua mãe?'
Ao ver o sofrimento em seu rosto, eu pretendia pular essa pergunta. Contudo, ela respondeu após uma breve pausa.

'Eu não conseguia ouvir... Todos os sons ao meu redor eram muito altos e horripilantes. Só conseguia ver os lábios da minha mãe se mexendo. Ela nos abraçou forte enquanto seu peito subia e descia. Meu irmão estava ao meu lado, segurando a minha mão com força. Atrás da minha mãe, estrelas congeladas caíam rapidamente, depois... Ela derreteu no vórtice da minha Zona da Memória. Meu irmão e eu caímos no chão, como pássaros com asas quebradas...

Se pássaros estão destinados a cair no chão, por que insistem em continuar voando pelos céus?'

Eu não respondi. Não havia nada que eu pudesse dizer. Não era uma pergunta direcionada a mim. Além disso, a resposta já está em seu coração."

Trecho de "Pássaros e o Céu: entrevista exclusiva com Robin"

"Felizmente, essa atmosfera taciturna não durou muito tempo. Depois de terminarmos dois copinhos de sorvete de frutas vermelhas, ela voltou à sua personalidade alegre de sempre.

Após o desastre do Stellaron, a Família ofereceu ajuda aos sobreviventes. Ela e o irmão receberam proteção e a melhor educação possível. Foi nessa época que ela começou a demonstrar, de forma gradual, um talento excepcional para a música.

'Ainda é o mesmo sabor de quando eu provei quando criança. Na época, para preservar minha voz, eu só podia tomar sorvete em segredo enquanto meu irmão me dava cobertura.'
Ela disse enquanto colocava a taça de volta com satisfação.

'Quando um passatempo se torna um trabalho, fica bem mais difícil. Além de ter que aprender a ciência do canto, eu tive que aprender instrumentos, composição, etiqueta... Pensei em desistir várias vezes, mas com a ajuda e o encorajamento daqueles ao meu redor, eu consegui perseverar.'

Ela contou sobre a primeira canção que escreveu. Há uma dedicatória especial na capa do álbum dessa música que diz: 'Dedicada a todos aqueles que perderam a esperança.' A inspiração para essa canção veio do planeta dos sonhos: 'Penacony'.

'Um sonho dentro de um vazio é algo que parece impossível. Sonhos se tornando realidade na magnífica Zona da Memória... Na época, eu tinha a esperança ingênua de que pessoas que vagavam perdidas e sem objetivo como eu pudessem encontrar um abrigo, mas...'

Ela soltou um suspiro e se virou para olhar pela janela. A chuva pesada pintava as ruas de cinza enquanto crianças com capas de chuva coloridas brincavam. Ela virou a cabeça e acrescentou de forma solene...
'Mas não importa quanto o mundo mude, meus desejos nunca mudarão.'"

Trecho de "Pássaros e o Céu: entrevista exclusiva com Robin"

"Após o lançamento consecutivo de seus próximos três álbuns, sua carreira musical gradualmente chegou ao ápice. Músicas como "If I Can Stop One Heart From Breaking" e "On That Most Beautiful Day" dominaram as paradas pelo cosmos e se tornaram singles extremamente populares. O que ninguém entendia era por que ela escolheu esse momento para se afastar da mídia.

Quando ela falou desse período, ela nos mostrou diversas fotos que tirou na época. Entre as ruínas da guerra, ela ajudou aqueles que perderam tudo a reconstruir suas casas. Ela construiu escolas para crianças que não tinham a chance de receber educação e foi para reinos desconhecidos em busca de canções que estavam prestes a serem extintas...

Ela bloqueou o celular, suspirou e começou a falar sobre o porquê dessa decisão.
'Na época, minha razão para cantar se tornou cada vez menos clara.'
'Diante de um verdadeiro desastre, as canções não têm utilidade. Nós cantamos para aplacar aqueles no poder, ou para esconder o sofrimento e dar falsas esperanças ao povo?'

Na última parada de sua jornada, ela retornou ao local onde a terra natal dos Halovianos sucumbiu. As ruínas desoladas foram cobertas por uma grama verde recém-plantada. Banhada pela brisa suave e o aroma das flores, ela deitou nas pedras e observou a luz do céu brilhar através das nuvens iluminando o chão.

'Não conseguia parar de pensar na canção da minha mãe. Sempre achei que era uma canção fútil, pois não conseguia lembrar nem um pouco como ela soava, e nem ela pôde mudar a destruição que se seguiu. Foi só agora que eu percebi que a canção não transmitia apenas uma melodia... Eu ainda me lembro dos batimentos da minha mãe, do meu irmão tremendo ao meu lado e do calor de nós três dependendo um do outro... Mesmo diante de um destino inalterável, se você ainda consegue cantar sem tremer a voz, isso com certeza será sentido...'

O barulho da chuva fora da janela cessou enquanto ela mergulhava nas lembranças dessa época. Infelizmente, aquele silêncio encantador foi quebrado subitamente pelo toque do celular. Foi aí que nossa entrevista chegou ao fim.

Requisitaram que a Srta. Robin fosse imediatamente para Penacony por conta de alterações de última hora na sua agenda. Caros leitores e amigos, que nos encontremos novamente no reino dos sonhos."

Trecho de "Pássaros e o Céu: entrevista exclusiva com Robin"

"Um ano depois, recebemos um convite para irmos a Penacony para continuarmos nossa entrevista anterior.

Ela parecia muito mais exausta no nosso segundo encontro. Até sua voz estava bem mais rouca. Desta vez, ela usava um traje solene da Família e parecia se comportar com cautela. Porém, ela ainda era tão acessível quanto quando nos conhecemos. Desta vez, também conhecemos o irmão mais velho dela, um líder elegante.

'Este é o único mundo dos sonhos de todo o cosmos, e a sede da Família. A Família transformou um Mundonírico desolado em um paraíso...'
O irmão dela nos detalhou a história de Penacony enquanto ela nos ajudava a nos adaptar ao mundo dos sonhos, gentilmente nos guiando para provar a culinária do Mundonírico.

Visitamos vários pontos turísticos da Terra dos Sonhos. Infelizmente, não conseguimos realizar uma entrevista detalhada em ambientes tão barulhentos e movimentados.

Finalmente, chegamos ao Grande Teatro. No Festival Carismonia, ela vai cantar neste palco maravilhoso e compartilhar sua canção da Harmonia com todo o universo.

Quando pensei que essa entrevista estava chegando ao fim, ela olhou para o magnífico teatro e levantou a questão que havia perguntado no começo da entrevista.

'Você se lembra do que te perguntei antes? Por que os pássaros voam em direção ao céu? Depois que voltei para Penacony, eu pensei bastante sobre isso.'

Ela olhou para o céu do Mundonírico enquanto a luz artificial preenchia o profundo céu do entardecer.
'Talvez, os pássaros estejam destinados a voar por ser o sonho deles, o lar deles e o seu direito irrevogável...'

Ela sorriu de longe enquanto nos fazia um convite.
'No futuro, haverá uma grande apresentação aqui. Vou cantar uma canção que me completa como nenhuma outra jamais fez. Espero que as pessoas deem as mãos e as levantem durante a música... Mesmo dentro de um mundo de sonhos, a luz sempre encontrará caminhos para brilhar.'

Não sei para onde ela estava olhando, mas, claramente, não era para o palco do teatro. Então, de qual apresentação ela poderia estar falando?

A única coisa que podemos ter certeza é de que mesmo em um lugar de luxos e prazeres, ela não abriu mão da sua convicção de que 'o forte defende o fraco'. Essa fé foi tecida por toda a vida dela. Sua introdução amarga levou a um refrão primoroso. Será que o que nos espera após o sentimento subjacente emergindo desse interlúdio é o desabrochar de um glorioso 'crescendo'?"

Trecho de "Pássaros e o Céu: entrevista exclusiva com Robin"