"À minha querida irmã:
Faz um bom tempo que eu não escrevo uma carta.
A partir de hoje, é possível que eu passe um tempo sem entrar em contato. Mas garanto que esta não será a última carta que você receberá de mim.
Um caminho de esperança muitas vezes é também um caminho de tentações, e, graças a todos vocês, eu não me desviei muito. Com minha posição atual, há pouco que eu consiga corrigir, exceto eliminar os ecos remanescentes da Ordem em Penacony. Assim, posso garantir que não haja mais perigos ocultos relacionados à Ordem no Mundonírico.
Para ter um vislumbre do céu, até um pássaro com a asa quebrada escolheria voltar a alçar voo. Como o passarinho que criamos na infância, que partiu rumo ao céu mesmo sabendo da queda que poderia sofrer, pois esse era o seu destino. Eu jamais esquecerei o nosso desejo comum de "fazer todo mundo feliz", mas, agora, preciso embarcar em uma jornada em busca da realização no mundo mais amplo. Esse é o meu destino e a minha escolha.
O Sr. Yang me deu permissão para embarcar no Expresso e viajar como passageiro em busca da minha terra prometida. Eles são gentis e têm caráter nobre. Você deve conhecê-los melhor do que eu.
Muitas vezes, mesmo quando você não diz nada, ainda a vejo como uma criança que precisa de proteção. Mas você já cresceu há muito tempo, e fico muito aliviado de saber que Penacony tem você.
Eu cuidei do túmulo da mamãe e trouxe uma flor azul dobrada. Ela vai nos abençoar, como sempre.
Por fim, obrigado pelas tortas de pudim de Gigantemoa. Após tantos anos, elas continuam tendo aquele sabor nostálgico."
"Na estrada,
Seu irmão mais velho""
— Carta não assinada, deixada em um certo canto do Mundonírico